Publicado em 1901, A Falência é possivelmente o ponto alto da produção literária de Júlia Lopes de Almeida. Como expresso pelo título, o romance se passa em um período conturbado da história brasileira, no início do século XX. Neste romance, o leitor acompanhará a história da jovem Camila, uma moça de origem humilde que encontra em Teodoro, um rico cafeicultor, a possibilidade de ascensão social. O casamento por interesse e as traições mútuas serão tematizadas pela autora, a partir dos princípios da estética naturalista, que busca encontrar as causas condicionantes para o comportamento dos indivíduos. Essa postura determinista e, em certa medida, positivista, pode ser verificada na voz do narrador, isento de opinião, como quem observa um experimento científico. Autora de olhar crítico e sensível aos problemas de seu tempo, Júlia Lopes de Almeida também discute a educação dada às mulheres, oposta à educação intelectual que os homens recebiam. Obra lapidada durante vários anos, A Falência representa a fase mais madura da produção literária da autora.