A Desgraça do Ateísmo na Educação | Felipe Sabino de Araújo Neto

Sabemos que não há uma neutralidade existente dentro de todas as extensões dos problemas da realidade; despreza-se, propositalmente ou não, que escolas e instituições de ensino, por mais objetivas e correta que sejam na busca do conhecimento, têm a todo momento algum ponto de partida para sua compreensão do mundo; são sistematicamente regidas pelos mais diversos princípios éticos; e visam todas um ideal do homem e sociedade: e deste último ponto há exemplos desde a “Grande Comunidade democrática” de Dewey à sociedade técnica e industrial dos planos quinquenais de Stálin.

Levando isso em conta, não existe real facilidade, para os evangélicos, de expressarem seus princípios bíblicos, ciente que não há liberdade metafísica nem regras morais, mas simplesmente diferentes estruturas de referências ou fontes de lei e ordem — Javé ou Baal, Cristo ou César, a cidade celeste de Jerusalém ou a Babilônia das corrupções espirituais. De semelhante modo, como já citado, qualquer dependência humana baseia-se numa teleologia, numa visão perspectiva do futuro subsume e expõe todas as demais atividades e práticas a determinada finalidade. Sobra, pois, ao cristão atentar-se e acautelar-se contra os caminhos cujos fins são caminhos de morte (Provérbios 14.12), tendo sempre em mente que, segundo nos ensina o maior sábio dentre os homens pecadores, “o temor do SENHOR é o princípio da Sabedoria” (Provérbios 9.10). Assim, uma didática perfeitamente cristã tem a obrigação de ser plenamente orientada por uma filosofia e uma éticas cristãs que direcionam ambas ao fim último do homem, isto é, um relacionamento íntimo com Deus que redunda em glória ao seu nome.

Este livro a Desgraça do Ateísmo na Educação, com artigos de John Frame, R. J. Rushdoony e Robert L. Dabney, comprova, de modo preciso, porém incisivo, tanto a inviabilidade de uma educação neutra quanto os efeitos venenosos de toda educação secular. Todos aqueles motivados e biblicamente comprometidos com a criação de seus filhos e com o futuro da educação em nosso país fariam bem em ler, ponderar sobre as coisas aqui descritas e, cingindo-se com esses instrumentos intelectuais e espirituais, agir, dentro das capacidades dadas por Deus, para que o mundo reconheça que, em Cristo, “estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento” (Colossenses 2.3).